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Museus vivem retoma gradual de visitantes após quebra de 70% no primeiro semestre

2020-09-25 No Comments

O diretor-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, afirmou que os museus e monumentos nacionais estão a viver uma “retoma gradual” de visitantes, após uma quebra “brutal”, mas garante que “têm agora melhores condições para receber o público”.

“Estamos todos a lidar com uma situação imprevisível, que ninguém esperava, com uma quebra de visitantes e de receitas muito significativa, mas, neste momento temos melhores condições para o reencontro do público com o seu património, menos pressão, e um protocolo de segurança contra a pandemia”, disse o diretor-geral.

Os 25 museus, monumentos e palácios tutelados pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) registaram uma quebra global de cerca de 70% de visitantes no primeiro semestre de 2020, comparando com o de 2019. Esta entidade contabilizou um total de 701.047 entradas no primeiro semestre de 2020 e 2.308.430 no período homólogo do ano passado.

“Fomos confrontados com uma situação inédita, e tivemos de pensar, desde o primeiro momento, em garantir a segurança e a conservação do património à nossa responsabilidade”, recordou o diretor-geral. Nessa altura, que ditou dois meses de encerramento total, “a opção foi produzir conteúdos digitais para manter a relação com o público, que continua a ser feita, como complemento, mas nada pode substituir a visita física, pessoal, para usufruir do património”.

Para a reabertura, em Maio, o diretor-geral do Património Cultural, que iniciou funções em Fevereiro deste ano, disse que “os equipamentos foram devidamente preparados para receber os visitantes, com instalação de barreiras físicas, higienização dos pontos de maior risco, e conferindo aos diretores a possibilidade de ajustar percursos expositivos e regular horários”.

Ligada à perda de visitantes vem a consequente perda de receitas que as entradas proporcionam. Questionado pela Lusa sobre a forma como estão a afetar a DGPC e os seus serviços, o diretor-geral respondeu que não dispunha de um número preciso, mas “seguramente [a quebra de receita própria] está acima da quebra dos visitantes” que, recorde-se, foi de 70% no primeiro semestre deste ano.

“Estamos a falar de uma quebra muito significativa de receitas. Além disso, a resposta ao vírus obrigou a mais despesas. O cenário não podia ser mais difícil”, lamentou Bernardo Alabaça. Mesmo assim, a DGPC “não parou de fazer investimentos e de lançar empreitadas, com recurso ao Orçamento de Estado”, acrescentou.

Sobre o risco de museus ou monumentos encerrarem devido à falta de receitas, Bernardo Alabaça diz que não faz “futurologia”. “Este é um cenário que nunca foi previsto, não há memória dele. À partida não há o risco de museus fecharem, mas não sabemos o que vai suceder no futuro. Estamos a viver momentos de grande incerteza, mas eu tenho esperança que, nas condições atuais de segurança, os portugueses regressem, com confiança, para voltar a ver um património que é de todos.”

Fonte e mais informação: https://www.publico.pt/2020/09/23/culturaipsilon/noticia/covid19-museus-vivem-retoma-gradual-visitantes-apos-quebra-70-semestre-1932594